sexta-feira, 27 de junho de 2008

A Vergonha


Bom, coloquei no título a vergonha... Talvez não tenha sido o título indicado... Mas eu sou teimoso, e já lá não volto! Mas porque julguei eu que o título poderia não ser o melhor? A resposta é relativamente simples. Reparem; ora, na Europa, temos democracias avançadas, mescladas com elites esclarecidas e uma classe média longe dos dias do mais cruel analfabetismo. O que me faz confusão é como se consegue votar em aldrabões, com as premissas acimas colocadas, mais do que uma vez... Parece que a velha frase "posso ser enganado uma vez pela mesma pessoa, mas à segunda já é estupidez!" está a cair em desuso rapidamente... Berlusconi, chegado novamente ao poder, elegeu como prioridade...ele próprio! E começou numa dança infernal para obter aquilo que já conseguiu: a sua imunidade. Como li na última página do Público, há uns dias, naquela rubrica do "sobe e desce", perguntava o autor como era possível os italianos terem voltado a votar nele... Perguntava que raio é que lhes tinha dado... Bom, por isso comecei este post da forma como comecei. Vergonha? Para mim, talvez sim. Para os italianos, e para muita outra gente, talvez não. Esta coisa dos valores é muito volátil e pode assumir várias formas. Daí a minha relutância em intitular este post de "A Vergonha". Justamente porque se somos, de facto, democracias desenvolvidas e hoje com mais quadros superiores dos que haviam há anos, ou seja, com gente mais formada e informada, não creio que se deva atribuir toda a culpa a Berlusconi. As pessoas votaram nele para voltar a formar Governo. E têm que se responsabilizar por aquilo que fazem. Como cá.

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