sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Crime na Índia



Como não pude escrever o dia inteiro, e como achava absolutamente necessário escrever sobre os vergonhosos ataques de Bombaim, aqui o faço. Tarde, mas era uma questão que me pesaria, decerto, na consciência.
Durante todo o dia de hoje assistimos a uma barbárie que, infelizmente, já não podemos dizer que nos seja completamente nova. Os moldes podem ser, de facto, inovadores (pelos piores motivos, como o foram os dos ataques às Torres Gémeas nos Estados Unidos da América), mas a barbárie, essa, continua lá toda, em todo o seu "esplendor". Os motivos e reivindicações desta sangria brutal ainda estão por ser revelados, mas não andaremos longe se dissermos que têm por base grupos fundamentalistas islâmicos que tinham os objectivos definidos, em termos de locais, e cujo propósito deveria ser, ao que tudo indica, fazer, como é hábito nestes grupos, o maior número de vítimas possíveis.
Tudo isto acontece na antecâmara de uma mudança de dono da Casa Branca e quando o estreitamento de laços entre EUA, Grã-Bretanha, Índia e outros países, se acentuava com vista a não dar tréguas ao extremismo islâmico. A grande questão que se coloca é a de saber onde estamos face a esta luta contra o terrorismo. Estaremos mais perto da resolução destes problemas ou mais longe? Bom, a resposta pode ser dada por todos nós, alguns mais outros menos leigos nestas matérias. Todos podemos opinar sobre esta problemática, já que é um fantasma que pende todos os dias sobre as nossas cabeças. Na minha humilde opinião, estamos hoje mais longe de uma resolução para este problema. O terrorismo vai ganhando algumas batalhas, vai perdendo outras, mas tem sempre forças para se reorganizar e voltar à carga. A força das armas e da brutalidade de prisões como Guantanamo, não têm ajudado a causa civilizadora. Porquê? A resposta está na própria frase atrás. Não se constrói um mundo novo e melhor por via das armas. Nem se pode alicerçar uma justiça credível em antros de violação sistemática de Direitos Humanos. Com isto, só há uma força que ganha: a do terror, que, assim, consegue facilmente mais "mártires" para as suas batalhas de ódio. A registar ainda, o esforço diário de forças dos serviços secretos de segurança de alguns estados que têm feito das tripas, coração para evitar que massacres como o de Bombaim sejam perpetrados. Mas isto mesmo quer dizer que se se está a evitar algumas barbáries, é porque elas ainda se planeiam. Se se planeiam, é óbvio que a luta para desarmar os terroristas está a falhar. Se a guerra contra o terrorismo, como já se viu, não poderá ser ganha no campo das armas, no campo militar, que mais soluções há? Bom, a resposta não é simples. Tanto não o é, que ainda ninguém a conseguiu encontrar. E não vai ser um rapazinho a falar através de um simples blog que vai tirar esse coelho da cartola. Mas mesmo assim, gostaria de apresentar o meu caso. Parece-me a mim, nitidamente, que em termos puramente comportamentais estes grupos extremistas e fanáticos parecem-se com pré-adolescentes. A idade dos porquês, a idade do "ou me dás o que eu quero ou faço birra". E parece-me, hoje mais que nunca, porque, se calhar, também cresci com esta vaga de atentados extremistas islâmicos, que a solução tem de passar, necessariamente por alguns vectores que passo a enumerar. Erradicar a pobreza no mundo, a fome, a miséria. Este seria um passo gigantesco para afastar os potenciais candidatos a vagas nas escolinhas do martírio. Encetar diálogos com islamistas não radicais, mas de pendor conservador e mais ortodoxo. Daqui poderiam surgir soluções interessantes para o fim da barbárie. Resolver, de uma vez por todas, questões pendentes e fracturantes como o Estado de Israel vs o Estado da Palestina, a questão de Caxemira, entre outros. Ou seja, tirar razões que possam dar azo à luta armada por parte dos extremistas islâmicos assassinos. A uma criança tentamos explicar-lhe que as coisas não podem ser feitas de uma maneira só porque ela entende que assim deve ser, ignorando os factos pelos quais a coisa não pode ser feita. Há que educá-la, fazê-la crescer, azê-la entender e esperar os frutos. Isto não é o trabalho de um dia. Em relação ao terrorismo, isto não há-de ser, de facto, o trabalho de um dia. Nem de um mês. Nem de um ano. Mas sim de gerações. O que podemos constatar é que a acção armada e hostil, não resolveu os problemas essenciais e que já existiam há anos neste campo do extremismo islâmico. Não resolveram nem, a meu ver, resolverão. Só acções concertadas e de âmbito global, de respeito e de diálogo, podem dar frutos que os vindouros, talvez, possam colher. Até lá, acabe-se com a fome, com a exploração das crianças, com o tráfico de seres humanos, com a miséria, etc., etc., etc.; eduquem-se as pessoas, dê-se-lhes um rumo. Não para torná-las meros "carneiros", mas para que possam pensar por si próprias, sem que se tornem tão maleáveis aos pensamentos e urdiduras de pessoas que, infelimente, como Bin Laden, mostram o pior da espécie humana, aumentado várias vezes em telescópio electrónico. Existirão sempre Bins Ladens. Mas pode-se reduzir drasticamente a produção em série destes. É preciso é vontade política, o que ainda, pelo que está à vista, vem longe.
O manto negro do luto cobriu mais uma vez a face da Terra. Deste cantinho do mundo, o meu pensamento está com as famílias afectadas por esta barbárie. Para elas que, agora, nada faz sentido, é preciso ajudá-las a encontrar um rumo, um pedacinho de paz. O meu pensamento está também com os atacantes, que deixaram que a estupidez e o ódio vencessem o seu racionalismo, e uma das primordiais razões de se ser: existir e coexistir pacificamente com os outros. Eles, apesar de não o saberem, são os verdadeiros derrotados do dia de ontem.

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Partido Socialista Francês - a confusão!






Parece que está gerada a confusão no PS Francês. A margem de vitória de Aubry sobre Sególene é infima. Parece que exsitiram inúmeras irregularidades no escrutinio. A candidatura de Segolene Royal pede uma nova votação. Martine Aubry , por seu lado, já se assume como lider do partido.
Considero que, dada a diferença pequenissima de votos entre as duas candidatas, seria razoável uma nova votação para dissipar todas as dúvidas. Não é positivo para os socialistas franceses esta troca de acusações. A união do partido é fundamental para este ser uma alternativa consistente à direita de Sarkozy. Esta imagem de desunião só descredibiliza os socialistas perante os eleitores. A França precisa de um Partido Socialista forte e unido. Não um Partido Socialista, como tem sucedido nos últimos anos, autodestrutivo,dividido em várias facções que, em vez se preocuparem em construir uma projecto alternativo de governação, perdem tempo em constantes lutas pelo poder interno.
Pela minha parte, se fosse militante do PS de França votaria em Sególene Royal. Obteve um bom resultado nas ultimas presidenciais e considero que tem uma visão adequada do que deve ser Partido Socialista no Século XXI: um partido moderno, não agarrado a dogmas do passado, com propostas politicas realistas, que tenham como objectivos fundamentais a promoção da igualdade, da justiça social, da solidariedade e de um desenvolvimento sustentável.







O Regresso


Pois é, caros amigos, leitores e camaradas e companheiros de blogue! Estou de volta a este espaço de liberdade!!! Peço imensa desculpa pela ausência! Prometo que vou passar a escrever com mais assiduidade!

É o relançamento económico, estúpido!

A esta altura, os empresários do costume, pela Europa fora, já esfregam a mão impacientes de quanto dinheiro mais lhe irá parar às mãos... Ao aprovar um plano deste tipo, já se sabe que quem irá ganhar são os do costume... As pessoas de classe média, essas já estão bem cientes de que nada que se faça para transformar este capitalismo selvagem numa coisa mais soft, lhes trará quaisquer benefícios; os recibos verdes, seguirão sendo-o; os precários, seguirão sendo-o (e serão cada vez mais); os ricos, esses, ficarão ainda mais ricos e empanturrados com as vantagens inerentes do desemprego ter aumentado e as pessoas estarem mais sujeitas a fazerem tudo o que lhes apareça à frente por cada vez menos patacos! Ena pá!!! É o relançamento económico, estúpido!

Mais uma que nós não sabíamos...

Creio que esta notícia mostra bem quem é o PSD e que interesses este partido serve. Não me espanta nada o que foi descoberto até agora. Também nada me espanta que o PSD continue a assobiar para o lado. E que o Cavaquinho continue, também, a ignorar a sua escolha pessoal para Conselheiro de Estado. E os dinheiros que recebeu da banca, de empresários e afins, dinheiritos esses que lhe valeram grande parte da eleição para Presidente da República...
Mas, já que estamos nisto, não ilibemos o PS, que tem muita gente sua em muitas empresas de idoneidade variável... Um dia saberemos a verdadeira dimensão da catástrofe que foram anos e anos de governações PS e PSD e quantos se abotoaram à guita e foram para cargos em empresas privados devido às influências que tinham em governos...
Amén...

O Zé e o Bloco



Não nego que fiz campanha ao lado deste sabujo. Não nego que acreditei piamente no projecto político que o Bloco e o sabujo tinham para Lisboa. Não nego nada, porque nada tenho que negar. Acreditei e desiludi-me, ponto. Mas isso é a história das nossas vidas. Desiludimo-nos com pessoas, aparelhos electrónicos, com partidos, etc.. Gostamos de acreditar e, por vezes, depois, desiludimo-nos. Não tenho medo de me iludir com as coisas. Porque, de facto, somos humanos, temos sentimentos e precisamos de acreditar nas coisas. Outra coisa é um sabujo como este Zé ter o descaramento de tomar as rédeas de uma eleição, garantir que está com o Bloco, e, à primeira oportunidade, dar uma facada pelas costas ao partido que o apoio e que "o elegeu".

Todos sabíamos, logo após a tomada de posição do sabujo em fazer um acordo com o PS, que o seu objectivo era entrar com o PS nas próximas eleições. E a ver vamos... Ficamos à espera...

O Bloco, ou outro qualquer partido, não têm obrigação nenhuma de estar no poder coligado com outros partidos. Cada partido executa o seu próprio programa de governação, e é responsável pelos votos que cada eleitor lhe incumbe. Logo, tem o dever de não defraudar as pessoas e tentar, sempre que possível, a execução do conteúdo do seu programa. Nenhum partido pode ser obrigado a participar na governação de um Munícipio, de uma Freguesia, do Estado, sem ele próprio o desejar, sem ele próprio ter a garantia que o seu conteúdo programático será cumprido. Se for para se lançar ao tacho, aí sim... Anda para aí muitos Zés ansiosos por isso...

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Variações de mais do mesmo

Eis que a OCDE nos presenteia com mais algumas notícias sobre a nossa condição económica. Sócrates, como de costume, acha tudo uma maravilha, e não consegue tirar aquele esgar do rosto quando lhe falam destas coisas. Nem sei, de resto, como conseugue mantê-lo à custa de uma previsão de desemprego para o nosso país de 8,5% em 2009 e 8,8% em 2010.
Há uma coisa, porém, que se torna clara. A economia portuguesa é tão débil face ao cômputo das economias europeias, que mesmo que estas oscilem muito, a nossa oscila sempre menos. Quando elas crescem muito, a nossa cresce pouco, quando elas não crescem, ou mesmo decrescem, Portugal aguenta-se nos arames. Mas isto não torna uma hipotética convergência, real. E já agora, convergência, em quê?...
Volto a perguntar: a quem é que estes mini-crescimentos beneficiam? Quem é que ganha com eles? É que, por muitas voltas que Sócrates dê lá nos seus papéis, são só umas poucas famílias em Portugal, que eu nem ouso nomear, que ganham com estes mini-crescimentos e mini-convergências... Porque nós...
É melhor, em todo o caso, preocuparmo-nos com os anos que aí vêm. Muitos de nós vamos ficar sem emprego, sem casa, sem nada.
E já agora, onde estão os 150000 empregos que Sócrates ia criar?... AH!!!! Estão sentados em bancos de caixas de supermercados e em lojas em Centros Comerciais! Ena! Emprego de qualidade!

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Os burros somos mesmo nós...

Pergutamo-nos todos: quando é que a palhaçada acabará? Quando hão-de os ricos deixar de viver às nossas custas? O Banco Privado Português, coitado, precisa, também, da ajuda do Estado (ou seja, nossa). Mas em vez de se contentar com o estipulado pelo vergonhoso fundo constituído para ajudar quem nos lixa todos os dias, que atribui a cada banco um x consoante a sua quota de mercado, queria dez vezes mais que isso! Mas o que mais me enoja é que o BPP é um banco fora do normal, que gere as fortunas de ricos, para ficarem ainda mais ricos e não faz as normais operações de um banco de retalho. É o que faz o BPP. Gere fortunas. E, para cúmulo, ainda quer que o contribuinte o salve. Nós, os papalvos, temos pouco a dizer sobre a coisa, visto o Governo já ter decidido por nós ao instituir aquele vergonhoso fundo. E o burro sou eu?! Sim, neste caso sou eu. E somos todos nós, classe média média média média, geração 500€ e à rasca.

Oliveira e Costa I


Oliveira e Costa é ouvido, por estes momentos, no Tribunal Central de Investigação Criminal. Não vou dizer o contrário ao que tenho dito nestas questões: qualquer pessoas é inocente até ficar provado o seu envolvimento em ilícitos puníveis criminalmente. E acentuo isto por uma razão; Jorge Nuno Pinto da Costa não conseguiu provar a sua inocência, mas escudou-se atrás de uma pecularidade legal para afirmar que as escutas que o incriminavam não eram legais. Isto, friso, não prova a inocência... Seja como for, oxalá se consiga apurar a verdade neste cambalacho. Não são só dinheiros da Sociedade Lusa de Negócios ou do Banco Português de Negócios que estão em jogo. São os dinheiros que foram desviados dos bolsos do Estado, ou seja, todos nós, por ter o mesmo transitado para off-shores e paraísos fiscais. Que sejam conduzidas todas as diligências para se apurarem as verdades e as mentiras de tudo isto. E que, por uma vez, só por uma vez, alguém seja responsabilizado pelos actos que tenha cometido...

Aparências

Numa altura em que os combates políticos se jogam quase na totalidade (ou na totalidade?...) no marketing político que o candidato(a) x ou y consegue pôr cá fora, é interessante acompanhar as eleições para secretário-geral do Partido Socialista Francês. De um lado temos uma "madame Chanel", uma candidata parecida com todos aqueles que confundem a vida política com uma passerelle numa feira de vaidades; parecida com José Sócrates, com Santana Lopes, só para ter em atenção figuras nacionais. Figuras que se preocupam mais em ensaiar um discurso até à exaustão, comprar um fatinho da moda (a essencial gravata, para os homens - porque sem ela, uma pessoa, na sociedade de hoje, não tem credibilidade nenhuma: é um gandim, sem ela), saber como falar, como se mexer, como sorrir, etc., do que a ser, na essência, tudo aquilo que nós deveríamos ser no dia-a-dia: nós próprios. Isso está a perder-se nos dias de hoje. Foram-se, em muitos casos, as idéias para as urtigas. Ficou a "compra" a um qualquer marketeer de uma personalidade.
Do outro lado está uma mulher que arrogam de estar colocada mais à esquerda que Ségolène Royal. Com muita franqueza, pouco me importa para onde o PSF se vai virar e quem vai ser a nova secretária-geral do Partido. Mas como esta era uma das notícias desta 6ª feira, preferi fazer uma reflexão banal sobre o tema da que se é e do que se parece ser. Do vísivel contra o que não é. Preferia uma sociedade de valorização de idéias e ideais, a uma sociedade de valorização do fato que se veste. Enfim, devaneios...

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Avelino também aí anda!!

Mas ainda há mais! Outro gangster, daqueles que dá pontapés em bancos de futebol e ameaça de porrada árbitros e GNR's, anda por aí à solta! Hoje, Avelino Ferreira Torres proclamou-se inocente da derrocada parcial do cemitério de Rebordelo, concelho de Amarante. Não sei se é se não é. Se calhar até estou a exagerar na culpabilização do pobre homem... Mas lá que ele se proclamou de inocente em muita coisa, já... E em algumas delas...venha o Diabo...e o LEVE!!!

Um gamante no Conselho de Estado

Dias Loureiro é um nojento gamante de fato e gravata, dos tais que o nossa sociedade não pune, por trazer...fato e gravata... Mas fosse ele preto ou cigano, oh meus amigos!... Cairia o Carmo e a Trindade por esse gandim não ser preso!!!

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Surpreendente descoberta


Foram descobertas ossadas de um núcleo familiar, com 4 600 anos, em Eulau, na Saxónia-Anhalt, Alemanha. O quadro que os arqueólogos encontraram, é verdadeiramente fascinante. De facto, é uma notícia espantosa, dado o que ela contém em dados em bruto para serem posteriormente trabalhados. Como a guerra começou e se generalizou no neolítico para obter recursos estratégicos, como os povos lidavam com os seus mortos, as mulheres que vinham de longe para casar com homens que estavam longe (notáveis as hipóteses que se colocam: seria para evitar a endogamia, ou para, como se fazia entre casas reais europeias, para promover as boas relações entre populações?). Um mundo para aprender, é o que vem com mais esta extraordinária descoberta!


Ver, também, aqui, aqui, aqui, aqui.

Dias Loureiro e Oliveira e Costa VS Decência

Eis que as notícias se continuam a densenrolar a um ritmo elevado, sobre o BPN/SLN! Esta é a última. Dias Loureiro e Oliveira e Costa andaram a fazer negócios às escondidas (não foram reflectidos nas contas do Grupo Sociedade Lusa de Negócios) em off-shores em territóri sob administração americana e compraram uma empresa falida e outra sem actividade. Confesso que acho isto tudo tão confuso e tão nojento (as off-shores, os paraísos fiscais, as quantidades obscenas de dinheiro que correm, etc.), que nem me vou dar ao trabalho de comentar longamente este assunto. Apraz-me, contudo, ver um membro tão distinto do PSD e dos Governos Cavaco em relações tórridas com o vil metal... Claro está, se fosse um preto ou um cigano, caíria o Carmo e a Trindade. Mas como é um engravatado respeitável, niguém vai preso ou, sequer, cai em desgraça. Mas são estes, verdadeiramente, que roubam à grande e à descarada.

Democracias


Manuela Ferreira Leite é uma aberração política. Não tenho problema algum em dizê-lo. Tal como ela não tem problema algum em dizer que a democracia, para ela, é um regabofe, algo que deve ser usado conforme as instruções de quem está no poder.

A cultura democrática desta mocinha ficou bem expressa hoje, nas declarações que proferiu. Alías, ela já nos tinha demonstrado todo o seu repúdio pelo conceito de democracia aquando da sua passagem pelos Governos de Cavaco e de Durão. No próprio PSD deve ter havido muita gente que ficou muito contente com estas declarações...

Porém, o problema, para mim, é ainda mais profundo. Vivemos, hoje, numa democracia de faz-de-conta. Nós, os eleitores, a populaça, só interessamos nos dias que precedem os actos eleitorais. Durante esses dias, há políticos que se desenrolam febrilmente em múltiplas promessas de bem-estar para toda a gente, que vai haver mais isto, aquilo e aqueloutro para toda a gente! O problema é que, depois, não muito tempo depois, mandam tudo à urtigas com grande velocidade, fazem umas reformas que no entendimento deles, quanto mais gente têm contra, melhores são, e fazem-nas contra tudo e contra todos, defecando lá do alto para a tal democracia, ou processo democrático, que utilizaram para chegar ao púlpito do poder. Durante o período de tomada de decisões, já os eleitores se devem manter caladinhos o tempo suficiente para que os eleitos iluminados façam aquilo para o qual Deus os mandatou: ter razão em tudo. Ou seja, com isto quero dizer que Manuela Ferreira Leite apenas disse o que todos pensam no PS e no PSD. Porque é que raio nos vêm chatear (professores, mineiros, funcionários públicos, etc., etc., etc.) por causa das preciosas e iluminadas reformas que estamos a levar a cabo, perguntarão Sócrates e os seus acólitos sobre a malta que os anda a chatear nas ruas. De facto, isto que Manuela Ferreira Leite afirmou hoje, já deve ter passado pela cabeça de Sócrates e de figuras sinistras como Maria de Lourdes Rodrigues. Senão, vejamos: nunca a classe dos professores esteve tão unida em torno de uma idéia como hoje. Claro, a ministra é que tem razão. A outra centena de milhar é um lamentável display do que a democracia é, ou deveria ser: uma discussão constante entre os Governos e as forças vivas das populações na busca de mais e melhores soluções para os problemas dos país.

Manuela Ferreira Leite não se pode esconder atrás do manto de que o que disse continha ironia. Hoje, essa etiqueta serve para alguns políticos se livrarem de muitas enormidades que dizem. Mas, também, não batam muito na senhora. Ela apenas abriu o coração e foi sincera com as portuguesas e os portugueses. Abriu a alma e disse o que lá vai dentro...parte do que lá vai dentro... Agora, a culpa é de quem diz estas coisas ou de quem vota nestas pessoas depois de elas dizerem o que dizem?... Bicudo...

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Notas de Música II

Espaço agora para apresentar uma banda que tem sido, para mim, uma das mais agradáveis surpresas dos últimos anos. Têm 6 EP's e 4 álbuns. O quinto está na calha e o seu lançamento está agendado para Março de 2009. Uma banda que combina um som folk com o pop. São contadores de histórias por excelência. Colin Meloy é o frontman e o principal autor dessas histórias cantadas que apresentam. São originários de Portland, Oregon, Estados Unidos da América e chamam-se The Decemberists. E vale a pena ouvi-los. Uma lufada de ar fresco.





Descapitalização das Universidades

O nosso país no seu máximo esplendor da era Sócrates! A Universidade do Minho vai ter que encerrar algumas das suas instalações para ter dinheiro para aguentar até ao fim do ano de 2008. A miséria que grassa na educação pelo nosso país fora, ganha contornos de anedota e promete continuar, com uma senhora que é incapaz nos destinos do Ministério da Educação, e um Mariano Gago que deveria ter mais respeito pelas Universidades, realidade que tão bem conhece, nos destinos do Ministério da Ciência, da Tecnologia e do Ensino Superior. Isto até poderia muito bem ser uma anedota, mas não é. E a situação não é para risos, mas para alarme. Que caminhos pretende seguir o Governo "Socialista" em matéria de Ensino Superior? Bom, já se vê ao fundo túnel que a política a seguir é a da privatização das Universidades, entregando aos gestores engravatados os destinos da ciência. Ou seja, a prática do lucro, em detrimento do caminho da iluminação do espírito através do conhecimento. Mas isto não é mais que o seguimento da política iniciada nos tempos do cavaquismo. O caminho era longo, como bem sabia Cavaco, mas os Governos do centrão que se lhe seguiram souberam interpretar a matéria e sabê-la na ponta da língua. Acontecerá exactamente o mesmo que está a acontecer na saúde: a deterioração dos serviços prestados às populações, para depois, no ponto ideal, dizer que a coisa está tão má que tem que ser privatizada porque só assim se endireita. Mas o pior mesmo é ver como isto vai acabar no fim do ano lectivo. Aguardamos impacientes...

Notas de Rodapé I

Não sei porquê, mas desconfio que é mais um caso para encher chouriços e ninguém vai preso...

"Nacionalizações"

Aquilo que já se sabia, confirma-se a si próprio conforme os dias vão passando. Este política de intervenções estatais (recuso-me a utilizar a designação de "nacionalizações") não tem nada a ver com nacionalizações de sectores estratégicos (como nunca deveriam ter sido privatizados os sectores energéticos, saúde, entre outros, e como vão ser as universidades, a água, etc.), mas sim com uma ajudinha do governo "socialista" aos bancos mais apertados para depois os devolverem à mão privada, quando eles estiverem outra vez saudáveis e a dar lucros fabulosos. Isto tudo, claro está, com o nosso dinheirinho, o mesmo que não há para melhorar a saúde, para o funcionamento das universidades, etc. Ou seja, o governo "socialista" pega nos bancos debilitados pela gerência fraudulenta dos engravatados do costume, dá-lhes uma valente injecção de capital (NOSSO), niguém vai preso por má gestão dos dinheiros dos outros (se calhar ainda compraram mais umas vivendazitas e uns carritos mal enchouriçados), e, depois desta receita, devolve-se aos senhores engravatados para estes voltarem à carga. Enfim, estórias para um dia a História contar.

(De)Crescimentos




Portugal aguentou-se, no terceiro trimestre do ano, com um crescimento de 0,3% (que significa, na prática, estagnação económica) entre os países que escaparam ao crescimento negativo que grassou pelos países da zona Euro. De facto, esta é uma notícia positiva. Mas impõem-se algumas questões pertinentes. O bolso dos portugueses é cada vez mais pequeno para enfrentar as despesas mensais (pelo menos, o da maioria dos portugueses; paraece que andam por aí uns tipos a quem a crise passa ao lado...); o desemprego estava, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística, em Agosto, nos 7,3%, sendo que as mulheres continuam a ser as mais afectadas, como uma taxa de desemprego de 8,3%, e parece que as previsões para o ano não são animadoras; os licenciados continuam a ter no seu fim curso a bela prenda de terem estágios não remunerados (que engordam os bolsos de alguém...); o número de empregos criados não é, nem de longe nem de perto, suficiente. Convinha saber, se é que se pode saber, quem é que raio anda a ganhar com estes crescimentos económicos, porque a classe média não é de certeza... Quem é que anda a engordar os bolsos? Para quem vão os lucros deste crescimento? Porque é que a classe média continua a ser fortemente atacada em termos económicos? Porque é que os nossos bolsos não crescem proporcionalmente ao crecimento? Porque continuamos a receber cada vez menos e a pagar cada vez mais? Quem ganha com isto?...

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Eleições Americanas


Quero acreditar que Obama irá ganhar estas eleições. Não posso conceber qualquer país com um vice-presidente como a Pallin. É completamente desligada da realidade, é só nisso que penso quando a ouço falar ou se fala dela. Além disto creio q McCain é pior do que Bush, se é que isso é possível. O mundo está farto destas imagens de guerra, os USA vivem a pior crise das últimas décadas, consequência dos actos de quem tem o poder e todos estão a sofrer com isso, dentro e fora do país, grandes e pequenos países. McCain será mais do mesmo e apesar de nunca ter tido uma preferência por qualquer dos candidatos pois vejo nas eleições americanas um autêntico circo eleitoral, Obama é o mais sensato. Porém, já vimos outras vezes que nem sempre a sensatez se vê reflectida na boca da urna, seja porque os votos são detorpados, seja porque as pessoas têm medo da mudança. Ainda assim, acredito que a maior parte das pessoas está consciente de um voto em Obama. Vejo também como pode ser importante a consciencialização de que os preconceitos raciais deixam de ser um entrave mesmo num país que há 150 anos vivia em escravatura principalmente numa altura em que muitos se lembram de nacionalismos redutores e contra-natura.