segunda-feira, 20 de abril de 2015



Conforme ouvia, lia, as notícias, hoje, fiquei mais e mais indisposto e enojado durante o dia. Não consigo tirar da cabeça aquelas imagens...imagens...é indescritível...
Quando será possível deter isto? Quando será possível, em vez de limpar o sangue desta gente, em panos encharcados de hipocrisia, que ele sirva para uma Nova Ordem Mundial? Uma verdadeira Nova Ordem Mundial, modelada pelos valores de sociedades mais justas, fraternas, cujo símbolo não seja um cifrão justaposto a uma pilha de cadáveres ainda embebidos em esperança? Quando será possível que estas pessoas possam viver nas suas casas, nas suas cidades, vilas, aldeias, sem serem acometidas por barbaridades a que todo o mundo fecha, com uma hipocrisia impossível de quantificar, os olhos? "Quo usque tandem abutere, Catilina, patientia nostra? Quam diu etiam furor iste tuus nos eludet? Quem ad finem sese effrenata iactabit audacia?"

Até quando esta loucura? Pessoas que saltam para o abismo, que cerram os dentes, em desespero absoluto, levam as crianças, os pertences, as famílias, em busca de um cantinho, de um bocadinho de céu azul sobre as suas cabeças a prémio de interesses obscuros e sinistros? Até quando se permitirá que este salto, seja apenas um salto de fé? Até quando podemos corroborar esta loucura do ocidente explorador dos recursos e das pessoas dos países de terceiro mundo? Até quando pode o ocidente negociar somas bilionárias com gente sem escrúpulos, abjecta, sem um pingo de noção de moral, de ética? Até quando se permitirá que Isabéis dos Santos possuam e negoceiem milhões com as mãos cheias de sangue, de estômagos vazios, de olhos sem alma, de pernas sem esperança e coragem para andar? Até quando vamos assobiar para o lado, acenar na outra direcção, deixar que seres abjectos imponham a sua regra sobre milhões de famélicos? Até quando podemos nós aguentar que países sem qualquer liberdade, sem qualquer regra laboral, onde caem tectos em cima de gente que trabalha para que nos possamos vestir, onde não se respeita o mínimo valor de humanismo, possam ser donos de metade do mundo? Até quando?... Até quando não existirá uma política de desenvolvimento global, com objectivo de fazer desaparecer estas discrepâncias laborais, éticas, de valores humanos, de valorização do humano?

Até quando vamos ver morrer aquela gente, no mar que abraça o sítio onde nasceu a democracia? Até quando podemos aguentar estes consecutivos murros no estômago? Até quando...
it's such a waste of all that we had




sexta-feira, 10 de abril de 2015

Acordar e ouvir esta música, quase às 9h da manhã, no rádio. E abanares o carro num semáforo vermelho. Dia cumprido antes de o ser.