terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Confusões na minha cabeça



O Banco de Portugal terminou as suas investigações e entendeu que sete gestores do Banco Comercial Português havia cometido faltas graves no exercício das suas funções. (Se fosse um qualquer trabalhador precário, nem precisava cometer faltas graves... Mas como são magnatas de fato e gravata, todos bonitos e perfumados, e sem escrúpulos, puderam enquanto...puderam...) O que mais me intriga é porque é que estes trafulhas e gandins não são acusados penalmente e enfrentam a barra dos tribunais... Se fosse um comum trabalhador, decerto que já lhe tinham colocado os grilhões da justiça e já se tinha juntado um bando de cicários à porta do Tribunal da Boa-Hora para os injuriar. Mas não. Vou continuar a acompanhar a extensão das falcatruas destes energúmenos. E vou continuar a comentar aqui, sempre que possa, desenvolvimentos ao affair. Mas, se alguém houver, por aí, que me possa explicar as inquietações anteriores, por favor faça-o. Não o digo cinicamente, mas humildemente. Não percebo porque estes gandins não enfrentam a justiça. Há algo que os impede? Ou é por não serem pretos, ciganos, romenos, etc.?
Para além disso, soube-se hoje que os desgraçadinhos auferiam qualquer coisa como dez mil euros por dia. Uma verdadeira afronta a quem mal consegue chegar ao fim do mês com dez réis de dinheiro e uma vida digna. É este tipo de pessoas nas sociedades actuais que eu deprezo com todas as minhas forças. A Carta dos Direitos Humanos diz que toda a gente deve ter direito a um salário que garanta uma vida condigna. O que dizer desta monstruosidade? Que eles são tão bons que merecem? Que precisam de sustentar uma vida de ostentação e de ócio? Num momento em que o desemprego continua a aumentar, galopante, e que centenas de empresas acenam com despedimentos em massa, a existência de pessoas deste calibre é verdadeiramente enojante.

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