sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Aparências

Numa altura em que os combates políticos se jogam quase na totalidade (ou na totalidade?...) no marketing político que o candidato(a) x ou y consegue pôr cá fora, é interessante acompanhar as eleições para secretário-geral do Partido Socialista Francês. De um lado temos uma "madame Chanel", uma candidata parecida com todos aqueles que confundem a vida política com uma passerelle numa feira de vaidades; parecida com José Sócrates, com Santana Lopes, só para ter em atenção figuras nacionais. Figuras que se preocupam mais em ensaiar um discurso até à exaustão, comprar um fatinho da moda (a essencial gravata, para os homens - porque sem ela, uma pessoa, na sociedade de hoje, não tem credibilidade nenhuma: é um gandim, sem ela), saber como falar, como se mexer, como sorrir, etc., do que a ser, na essência, tudo aquilo que nós deveríamos ser no dia-a-dia: nós próprios. Isso está a perder-se nos dias de hoje. Foram-se, em muitos casos, as idéias para as urtigas. Ficou a "compra" a um qualquer marketeer de uma personalidade.
Do outro lado está uma mulher que arrogam de estar colocada mais à esquerda que Ségolène Royal. Com muita franqueza, pouco me importa para onde o PSF se vai virar e quem vai ser a nova secretária-geral do Partido. Mas como esta era uma das notícias desta 6ª feira, preferi fazer uma reflexão banal sobre o tema da que se é e do que se parece ser. Do vísivel contra o que não é. Preferia uma sociedade de valorização de idéias e ideais, a uma sociedade de valorização do fato que se veste. Enfim, devaneios...

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