quarta-feira, 31 de março de 2010

Justiça a dois tempos; criminosos a um

É sempre bom ver logo pela manhã o nosso país na sua bela (velha) forma. José Manuel Bar'oso, conhecido entre nós como Durão Barroso, foi chamuscado pelo negócio dos submarinos (o do Paulo Portas, figura seríssima, nobre e cavaleiresca da nossa praça).
O cônsul honorário de Portugal em München (Alemanha), recebe mais de milhão e meio por ser consultor da Ferrostaal, o que, segundo o Público, poderia constituir uma violação dos seus deveres de diplomata. Eu até digo mais; é óbvio que constitui. A ética é, pelos dias de hoje, uma coisa distante, vaga. Claro que se este senhor violar a ética profissional, é uma infelicidade, um descuido. Se for o comum dos portugueses é ouvi-los dizer que há uma grave crise de valores, os jovens são isto e aquilo, etc. Um engravatado não tem direito a estes mimos e a ser expurgado da profissão. Só suspenso...para a seguir ir para outro consulado, embaixada ou empresa privada, como recompensa pela "boa ética". Por outro lado, é com agrado que registo que este tal de Jurgen Adolff foi visto com bons olhos pela empresa por ter uma enorme influência sob os meios políticos. O compadrio é tão bonito...
E depois é ver o resto: ele é membros de órgãos públicos, almirantes (ou contra-almirantes, who cares), subornos, o apagar do rasto desses subornos... Tudo contornos de uma boa hisória para o cinema, mas uma pessíma visão da realidade, dos políticos de bloco central que temos pela Europa fora, esse bloco pantanoso, de visões curtas, de enriquecimentos bizarros, de capitalismo selvagem, do vale-tudo (até arrancar-olhos).
Durão Barroso aparece aqui pelo meio um pouco à margem. Seja como for, é bom ver que na Alemanha já há detidos pelo caso e este mesmo avança a bom ritmo, enquanto que em Portugal...bom...em Portugal é o mesmo do costume, em relação à Justiça. Abtstenho-me de dizer o resto.

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