Segundo consta, Inês de Medeiros está à espera que o Jaime Gama se decida a dar-lhe os dinheirinhos para as suas viagens a Paris, onde reside. Acredito em que haja ajudas de custo, mas ajudas não são subsídios para sempre que se viaje. Acho que é uma (mais uma) machadada que se dá na credibilização da política, onde o dinheiro prevalece à ética, agora no PS (outra vez) - onde residem centenas e milhares de pessoas com a ética republicana.
Outra coisa que me faz espécie é porque raio ela aceitou o convite para ser deputada sabendo do custo que isso lhe traria, morando em Paris. Se o PS lhe disse que a Assembléia lhe custearia as viagens, daqui vai o meu valente: PAGUEM-NAS VOCÊS!!!!
quarta-feira, 31 de março de 2010
E a suspeita torna-se realidade: GNR, PSP, UNT na caça à ao nosso dinheiro
Aquilo que era a suspeita de muitos, inclusivé minha, confirma-se agora através das últimas notícias que têm vindo a lume. Os desgraçados da Unidade Nacional de Trânsito (UNT) colocaram-se em desvantagem em relação à extinta Brigado de Trânsito da Guarda Nacional Republicana por terem extorquido menos aos portugueses durante o ano de 2009.
Ora a minha suspeita, e de muitos, prende-se com o facto de estas operações "stop" empolgantes e vistosas acontecem com um só propósito: sacar mais dinheiro dos nossos bolsos para os cofres depauperados do Estado. E não, como seria de esperar, para melhorar a segurança rodoviária. Alías, este busílis já foi aflorado há uns quantos meses aquando da notícia (logo abafada, pois nunca mais se ouviu falar nisso nem de uma hipotética investigação) de que a Direcção Nacional da Polícia de Segurança Pública imporia aos chefes de esquadra um mínimo de multas (e detenções) por forma a terem uma boa avaliação. Como é óbvio, neste cenário que se nos coloca (e esta notícia das pressões não tem muitos meses - é apenas de Novembro do ano passado) é fácil avaliar que as Polícias estão-se borrifando para que haja mais ou menos segurança rodoviária. O que eles querem mesmo é o carcanhol da multa. Senão, e tendo a quantidade de multas diminuído 50% face ao ano passado, não poderiam, ao invés de colocar o cenário de menos eficiência, colocar o cenário de uma maior consciencialização dos condutores? Senão entramos aqui num grave paradoxo: é que quando de fala de mortes na estrada, e esse número, ainda bem, tem diminuído (se bem que ainda tenha algumas dúvidas na forma de contabilização dos mortos não no local do acidente, mas aqueles que morrem no Hospital - adiante), quer dizer que como tem diminuído deve arranjar-se mais buraco na estradas, mais curvas perigosas e mais pontos negros para que as mortes possam tomar o seu curso normal... Ora isto é patético. Mas há aqui uma malícia que se constata. Ou querem que os portugueses "aprendam" a estar na estrada, ou não querem e, nesse caso, nos querem sacar o dinheiro das multas. Estas são as duas vias abertas. Eu escolho a primeira, com operações de prevenção, como fonte de aprendizagem. A comissão que avaliou em relatório a UNT acha que não. É mais pela segunda via. Sacar dinheiro. E mais e mais e mais. Já se lembraram, por acaso, estes notabilíssimos membros desta comissão que, por acaso, foi pelas acções da BT-GNR e da UNT que o número de multas diminuíu?
Ora a minha suspeita, e de muitos, prende-se com o facto de estas operações "stop" empolgantes e vistosas acontecem com um só propósito: sacar mais dinheiro dos nossos bolsos para os cofres depauperados do Estado. E não, como seria de esperar, para melhorar a segurança rodoviária. Alías, este busílis já foi aflorado há uns quantos meses aquando da notícia (logo abafada, pois nunca mais se ouviu falar nisso nem de uma hipotética investigação) de que a Direcção Nacional da Polícia de Segurança Pública imporia aos chefes de esquadra um mínimo de multas (e detenções) por forma a terem uma boa avaliação. Como é óbvio, neste cenário que se nos coloca (e esta notícia das pressões não tem muitos meses - é apenas de Novembro do ano passado) é fácil avaliar que as Polícias estão-se borrifando para que haja mais ou menos segurança rodoviária. O que eles querem mesmo é o carcanhol da multa. Senão, e tendo a quantidade de multas diminuído 50% face ao ano passado, não poderiam, ao invés de colocar o cenário de menos eficiência, colocar o cenário de uma maior consciencialização dos condutores? Senão entramos aqui num grave paradoxo: é que quando de fala de mortes na estrada, e esse número, ainda bem, tem diminuído (se bem que ainda tenha algumas dúvidas na forma de contabilização dos mortos não no local do acidente, mas aqueles que morrem no Hospital - adiante), quer dizer que como tem diminuído deve arranjar-se mais buraco na estradas, mais curvas perigosas e mais pontos negros para que as mortes possam tomar o seu curso normal... Ora isto é patético. Mas há aqui uma malícia que se constata. Ou querem que os portugueses "aprendam" a estar na estrada, ou não querem e, nesse caso, nos querem sacar o dinheiro das multas. Estas são as duas vias abertas. Eu escolho a primeira, com operações de prevenção, como fonte de aprendizagem. A comissão que avaliou em relatório a UNT acha que não. É mais pela segunda via. Sacar dinheiro. E mais e mais e mais. Já se lembraram, por acaso, estes notabilíssimos membros desta comissão que, por acaso, foi pelas acções da BT-GNR e da UNT que o número de multas diminuíu?
Justiça a dois tempos; criminosos a um
É sempre bom ver logo pela manhã o nosso país na sua bela (velha) forma. José Manuel Bar'oso, conhecido entre nós como Durão Barroso, foi chamuscado pelo negócio dos submarinos (o do Paulo Portas, figura seríssima, nobre e cavaleiresca da nossa praça).
O cônsul honorário de Portugal em München (Alemanha), recebe mais de milhão e meio por ser consultor da Ferrostaal, o que, segundo o Público, poderia constituir uma violação dos seus deveres de diplomata. Eu até digo mais; é óbvio que constitui. A ética é, pelos dias de hoje, uma coisa distante, vaga. Claro que se este senhor violar a ética profissional, é uma infelicidade, um descuido. Se for o comum dos portugueses é ouvi-los dizer que há uma grave crise de valores, os jovens são isto e aquilo, etc. Um engravatado não tem direito a estes mimos e a ser expurgado da profissão. Só suspenso...para a seguir ir para outro consulado, embaixada ou empresa privada, como recompensa pela "boa ética". Por outro lado, é com agrado que registo que este tal de Jurgen Adolff foi visto com bons olhos pela empresa por ter uma enorme influência sob os meios políticos. O compadrio é tão bonito...
E depois é ver o resto: ele é membros de órgãos públicos, almirantes (ou contra-almirantes, who cares), subornos, o apagar do rasto desses subornos... Tudo contornos de uma boa hisória para o cinema, mas uma pessíma visão da realidade, dos políticos de bloco central que temos pela Europa fora, esse bloco pantanoso, de visões curtas, de enriquecimentos bizarros, de capitalismo selvagem, do vale-tudo (até arrancar-olhos).
Durão Barroso aparece aqui pelo meio um pouco à margem. Seja como for, é bom ver que na Alemanha já há detidos pelo caso e este mesmo avança a bom ritmo, enquanto que em Portugal...bom...em Portugal é o mesmo do costume, em relação à Justiça. Abtstenho-me de dizer o resto.
O cônsul honorário de Portugal em München (Alemanha), recebe mais de milhão e meio por ser consultor da Ferrostaal, o que, segundo o Público, poderia constituir uma violação dos seus deveres de diplomata. Eu até digo mais; é óbvio que constitui. A ética é, pelos dias de hoje, uma coisa distante, vaga. Claro que se este senhor violar a ética profissional, é uma infelicidade, um descuido. Se for o comum dos portugueses é ouvi-los dizer que há uma grave crise de valores, os jovens são isto e aquilo, etc. Um engravatado não tem direito a estes mimos e a ser expurgado da profissão. Só suspenso...para a seguir ir para outro consulado, embaixada ou empresa privada, como recompensa pela "boa ética". Por outro lado, é com agrado que registo que este tal de Jurgen Adolff foi visto com bons olhos pela empresa por ter uma enorme influência sob os meios políticos. O compadrio é tão bonito...
E depois é ver o resto: ele é membros de órgãos públicos, almirantes (ou contra-almirantes, who cares), subornos, o apagar do rasto desses subornos... Tudo contornos de uma boa hisória para o cinema, mas uma pessíma visão da realidade, dos políticos de bloco central que temos pela Europa fora, esse bloco pantanoso, de visões curtas, de enriquecimentos bizarros, de capitalismo selvagem, do vale-tudo (até arrancar-olhos).
Durão Barroso aparece aqui pelo meio um pouco à margem. Seja como for, é bom ver que na Alemanha já há detidos pelo caso e este mesmo avança a bom ritmo, enquanto que em Portugal...bom...em Portugal é o mesmo do costume, em relação à Justiça. Abtstenho-me de dizer o resto.
sábado, 27 de março de 2010
Enfim, ganharam os betos, perderam (e perderão) os portugueses (por sua culpa)
Há um mês atrás tinha confessado isto à minha namorada. Hoje, confirmou-se. O betão Pedro Passos Coelho foi eleito presidente do PSD.
O que tinha eu dito à minha namorada? Passo a explicar. E ainda com tiques de futurologia.
O que lhe disse foi que este indivíduo seria Presidente do PSD e, vamos ver, virá a ser Primeiro-Ministro... Porquê? Porque tem todos os ingredientes de um "Ídolos" ou qualquer coisa do género. Anda sempre engravatado (será que põe o pijama para dormir?), é um betinho bem falante e é girinho e charmoso. O mesmo se poderia aplicar a Sócrates aquando a sua eleição para Secretário-Geral do PS. Justamente. Um tipo novinho, bem parecido e com ganas.
O que eu quero dizer com esta prosápia é que este macaquinho de fato será Primeiro-Ministro de Portugal, sem qualquer dúvida. Retratar-me-ei aqui mesmo se não o for. E não o será por minha expressa vontade... Será Primeiro-Ministro porque é um betinho que veste bem, é engraçadinho, anda sempre de fato (coisa que os portugueses muito prezam e acham que confere solenidade e honestidade ao ente) e sabe dizer duas frases seguidas. E como os portugueses (desde há muito, em democracia) preferem o visual à inteligência e valor, teremos, assim, Passos Coelho como Primeiro-Ministro. As minhas dúvidas sobre isto são muito muito muito muito poucas. As pessoas não valorizam a competência, mas sim a betice, a engravatice e a charmice. Que a vida lhes seja muito leve.
O que tinha eu dito à minha namorada? Passo a explicar. E ainda com tiques de futurologia.
O que lhe disse foi que este indivíduo seria Presidente do PSD e, vamos ver, virá a ser Primeiro-Ministro... Porquê? Porque tem todos os ingredientes de um "Ídolos" ou qualquer coisa do género. Anda sempre engravatado (será que põe o pijama para dormir?), é um betinho bem falante e é girinho e charmoso. O mesmo se poderia aplicar a Sócrates aquando a sua eleição para Secretário-Geral do PS. Justamente. Um tipo novinho, bem parecido e com ganas.
O que eu quero dizer com esta prosápia é que este macaquinho de fato será Primeiro-Ministro de Portugal, sem qualquer dúvida. Retratar-me-ei aqui mesmo se não o for. E não o será por minha expressa vontade... Será Primeiro-Ministro porque é um betinho que veste bem, é engraçadinho, anda sempre de fato (coisa que os portugueses muito prezam e acham que confere solenidade e honestidade ao ente) e sabe dizer duas frases seguidas. E como os portugueses (desde há muito, em democracia) preferem o visual à inteligência e valor, teremos, assim, Passos Coelho como Primeiro-Ministro. As minhas dúvidas sobre isto são muito muito muito muito poucas. As pessoas não valorizam a competência, mas sim a betice, a engravatice e a charmice. Que a vida lhes seja muito leve.
quarta-feira, 24 de março de 2010
E ora toma!
Não é que reduziram mesmo? Neste país de impunidades, oxalá o steward que levou os pontos na cabeça lhe consiga pagar na mesma moeda.
Eu convolo, tu convolas, ele convola, nós convolamos, vós convolais, ELES CONVOLAM
O Conselho de Justiça da Federação Portuguesa de Futebol veio hoje dizer que foi "convolada a condenação" (hein?... convolada... por esta não esperavam vocês... não, também não sabia o que queria dizer; mas, como diria o Kramer da série Seinfeld: sabes o que é convolar? -não. e tu? -não; mas eles sabem, e são eles que vão convolar. :D) de Hulk e Sapunaru, que podem ver as suas penas reduzidas. Isto porque "O recurso apresentado pelo FC Porto solicitava a nulidade do acórdão da Comissão Disciplinar da Liga, alegando que os "stewards" não são intervenientes no jogo." (in Público). Ou seja, e se isto for por diante, como os stewards não são parte interveniente do jogo, qualquer interveniente no jogo, angustiado pela forma negativa como as coisas lhe correram, podem mandar duas ou três bordoadas nos gajos sem que estes tenham direito a piar. Isto nem já com O Justiceiro lá ia...
Tenho uma idéia!
E que tal se estas agêncas de rating cortassem o rating do capitalismo, hein?... É que, francamente, não percebo o que estes gajos querem mais. Vamos perder poder de compra (continuo sem saber como raio isto reanima a economia de um país..., mas eu que sou estúpido, claro), vamos ganhar desempregados, vão cortar em tudo o que é subsídio (destruição do Estado Providência como pilar inabalável da Democracia) e vai-se deixar o país mais pobre.
Quem raio são estas agências de rating para nos dirigir? Quem raio iluminou estes tipos para serem nossos donos? A quem andarão eles a fazer favores? E porque raio nunca se insurgiram contra a especulação e a corrupção, pilares desta crise que nós pagaremos e que não foi criada por nós?
Do alto dos seus cargos de iluminados ditados pelo poder divino, ainda gozam com o pagode. Querem ver que acham que este plano ainda é pouco austero? O povinho ainda sai demasiado a ganhar com isto? Será que teremos de andar nús pela rua enquanto estes engravatados iluminados nos pontuam?
Quem raio são estas agências de rating para nos dirigir? Quem raio iluminou estes tipos para serem nossos donos? A quem andarão eles a fazer favores? E porque raio nunca se insurgiram contra a especulação e a corrupção, pilares desta crise que nós pagaremos e que não foi criada por nós?
Do alto dos seus cargos de iluminados ditados pelo poder divino, ainda gozam com o pagode. Querem ver que acham que este plano ainda é pouco austero? O povinho ainda sai demasiado a ganhar com isto? Será que teremos de andar nús pela rua enquanto estes engravatados iluminados nos pontuam?
quarta-feira, 17 de março de 2010
Os erros de Jorge Miranda
Todas as nações têm as suas mentes iluminadas, os seus altos dignatários, os que tudo sabem e que o povo tem que ouvir atenta e servilmente. (eu até acho que há demais...)
É o caso de Jorge Miranda. Ele até admite que o homossexuais existam, mas agora casarem... Vinha no jornal: «Na sua opinião, “não pode invocar-se a norma que foi acrescentada no artigo 13 a respeito da orientação sexual como factor de discriminação”, uma vez que, sustentou, “não há factor de discriminação”» (in Público). Claro. Durante anos e anos e décadas e décadas e mais centenas de anos, os homossexuais nunca eram descriminados. A fogueira até era uma dádiva para eles para não poderem viver a sua vida normal. A História avança. desbloqueim-se velhas portas, abrem-se novas. Mas há sempre ferrolhos. Travões que não deixam prosseguir. Pessoas como Jorge Miranda, neste caso, fazem parte desse conjunto de ferrolhos. Claro que quando uma pessoa não pode arbitrar livremente a sua vida, amar quem quiser, sem nunca ofender as liberdades dos outros, essa pessoa está claramente a ser descriminada.
Prossegue Jorge Miranda: «“Os homossexuais têm todos os direitos dos cidadãos portugueses, inclusive o direito de casar. O que não podem é casar com pessoas do mesmo sexo. O artigo 13 não envolve o direito de casar dos homossexuais”, referiu.». Parece aquela conversa do Ricardo Araújo Pereira imitando o Marcelo: "Pode-se fazer, mas é ilegal. Mas pode-se fazer." Os homossexuais têm todos os direitos dos cidadãos portugueses (terão todos os cidadãos portugueses os mesmos direitos?...; isto, se calhar, já é outra estória...), menos casar. Ou seja, têm todos menos um. O que já é um adiantamento para a conversa que coloquei entre parêntesis. Jorge Miranda faz uma separação dos portugueses que têm direitos em várias patamares: os quem têm mais uns, e os que têm menos uns.
Por último, um breve comentário a mais esta frase de Jorge Miranda: «Por outro lado, a Constituição portuguesa, no seu artigo 36, sobre família, “distingue o direito de constituir família e o direito de contrair casamento”.». Já lá vão alguns anos desde que terminei a escolaridade obrigatória, mas ou muito me engano ou "distinguir" é diferente de "opor". Mas deixem-me lá ir ver... Do dicionário Priberam:
Distinguir
1. Não confundir.
2. Estabelecer ou conhecer a diferença que há entre pessoas ou coisas.
3. Ver claramente (ainda que de longe), avistar.
4. Perceber, ouvir.
5. Notar.
6. Marcar, assinalar.
7. Discriminar.
8. Caracterizar.
9. Fazer distinção (de pessoas).
10. Tornar-se distinto; assinalar-se.
Opor
1. Elevar contra.
2. Pôr em frente.
3. Pôr do outro lado.
4. Colocar como obstáculo.
5. Pôr (para formar contraste).
6. Objectar!Objetar.
7. Impedir, obstar.
8. Ser contrário.
9. Ser concorrente; ir a concurso.
De facto, e sem me levantar da cadeira, desfiz a confusão que já ia na minha cabeça. Afinal, sempre é verdade. Jorge Miranda não tem nenhuma razão para dizer que uma coisa substitui a outra. Elas não se opõem; distinguem-se. Mas os iluminados são eles, não eu. Portanto, perdoem-me a minha prosápia.
É o caso de Jorge Miranda. Ele até admite que o homossexuais existam, mas agora casarem... Vinha no jornal: «Na sua opinião, “não pode invocar-se a norma que foi acrescentada no artigo 13 a respeito da orientação sexual como factor de discriminação”, uma vez que, sustentou, “não há factor de discriminação”» (in Público). Claro. Durante anos e anos e décadas e décadas e mais centenas de anos, os homossexuais nunca eram descriminados. A fogueira até era uma dádiva para eles para não poderem viver a sua vida normal. A História avança. desbloqueim-se velhas portas, abrem-se novas. Mas há sempre ferrolhos. Travões que não deixam prosseguir. Pessoas como Jorge Miranda, neste caso, fazem parte desse conjunto de ferrolhos. Claro que quando uma pessoa não pode arbitrar livremente a sua vida, amar quem quiser, sem nunca ofender as liberdades dos outros, essa pessoa está claramente a ser descriminada.
Prossegue Jorge Miranda: «“Os homossexuais têm todos os direitos dos cidadãos portugueses, inclusive o direito de casar. O que não podem é casar com pessoas do mesmo sexo. O artigo 13 não envolve o direito de casar dos homossexuais”, referiu.». Parece aquela conversa do Ricardo Araújo Pereira imitando o Marcelo: "Pode-se fazer, mas é ilegal. Mas pode-se fazer." Os homossexuais têm todos os direitos dos cidadãos portugueses (terão todos os cidadãos portugueses os mesmos direitos?...; isto, se calhar, já é outra estória...), menos casar. Ou seja, têm todos menos um. O que já é um adiantamento para a conversa que coloquei entre parêntesis. Jorge Miranda faz uma separação dos portugueses que têm direitos em várias patamares: os quem têm mais uns, e os que têm menos uns.
Por último, um breve comentário a mais esta frase de Jorge Miranda: «Por outro lado, a Constituição portuguesa, no seu artigo 36, sobre família, “distingue o direito de constituir família e o direito de contrair casamento”.». Já lá vão alguns anos desde que terminei a escolaridade obrigatória, mas ou muito me engano ou "distinguir" é diferente de "opor". Mas deixem-me lá ir ver... Do dicionário Priberam:
Distinguir
1. Não confundir.
2. Estabelecer ou conhecer a diferença que há entre pessoas ou coisas.
3. Ver claramente (ainda que de longe), avistar.
4. Perceber, ouvir.
5. Notar.
6. Marcar, assinalar.
7. Discriminar.
8. Caracterizar.
9. Fazer distinção (de pessoas).
10. Tornar-se distinto; assinalar-se.
Opor
1. Elevar contra.
2. Pôr em frente.
3. Pôr do outro lado.
4. Colocar como obstáculo.
5. Pôr (para formar contraste).
6. Objectar!Objetar.
7. Impedir, obstar.
8. Ser contrário.
9. Ser concorrente; ir a concurso.
De facto, e sem me levantar da cadeira, desfiz a confusão que já ia na minha cabeça. Afinal, sempre é verdade. Jorge Miranda não tem nenhuma razão para dizer que uma coisa substitui a outra. Elas não se opõem; distinguem-se. Mas os iluminados são eles, não eu. Portanto, perdoem-me a minha prosápia.
A identidade de Marcelo
Marcelo Rebelo de Sousa, às vezes, revela o seu verdadeiro "eu". Ainda bem que o faz, que é para se conhecer melhor o produto antes de comprar. Claro, quem quiser, porque eu dispenso categoricamente o produto.
O quase cadáver
E, assim, o capitalismo arrasta-se pelo chão até à assumpção da sua derrota. A "crise" será paga pelos mesmos do costume, enquanto os outros mesmos do costume alargam as suas posses.
Pagámos a "crise" aos bancos, os bancos nada nos deram nem às pequenas e médias empresas. Agora o Estado exige de volta o dinheiro que deu aos bancos... Mas a quem? PIIIIIIIIII! Resposta errada! A nós, claro. O povinho já com as costas curvadas e dilaceradas de tanta chibatada.
Será que há mesmo vida para além do défice?
Pagámos a "crise" aos bancos, os bancos nada nos deram nem às pequenas e médias empresas. Agora o Estado exige de volta o dinheiro que deu aos bancos... Mas a quem? PIIIIIIIIII! Resposta errada! A nós, claro. O povinho já com as costas curvadas e dilaceradas de tanta chibatada.
Será que há mesmo vida para além do défice?
sexta-feira, 5 de março de 2010
E o nosso dinheiro vai para...! 2
Segundo post com o mesmo título. A coisa não é para menos. Folgo muito em saber que os ricos no nosso país estão cada vez mais ricos. Fico mesmo muito contente. Contando com o facto de nos últimos quinze anos o nosso país ter sido regido pelo Partido "Socialista" em doze deles. Facto relevante, claro, para termos a certeza de que este não é, de todo, um governo socialista, mas sim um partido claramente à direita, hoje. Este PS é como o algodão; não engana. Só engana quem quer, claro está.
Já a direita, não poderia estar mais contente com esta boa nova. Segundo o seu modelo de gestão económica, os ricos devem estar na posse de tudo e mais alguma coisa, detendo os meios de produção, para que nós, os indigentes, consigamos arranjar trabalho, pago com míseros tostões.
Ora, se percebo que a direita deverá estar contente com esta situação, já não o entendo com o P"S". Estarão contentes? Não? Bom, dependendo de como os seus militantes acordam, hoje são mais à direita ou mais à esquerda. Economicamente, como disse atrás, já não andam longe do pendor reaccionário da direita, sendo que os ricos no nosso país, efectivamente, aumentaram o seu pecúnio durante os seus anos de governação. Isto, tenha-se sempre em linha de conta, em contexto de crise. Sendo assim, percebe-se perfeitamente que os ricos sejam mais abastados. Pagámos a crise aos bancos, vamos pagá-la agora ao Estado, e os senhores anafados e engravatados continuam sentados nas suas belas poltronas, fumando notas de 20€. Eles merecem, coitados.
Já a direita, não poderia estar mais contente com esta boa nova. Segundo o seu modelo de gestão económica, os ricos devem estar na posse de tudo e mais alguma coisa, detendo os meios de produção, para que nós, os indigentes, consigamos arranjar trabalho, pago com míseros tostões.
Ora, se percebo que a direita deverá estar contente com esta situação, já não o entendo com o P"S". Estarão contentes? Não? Bom, dependendo de como os seus militantes acordam, hoje são mais à direita ou mais à esquerda. Economicamente, como disse atrás, já não andam longe do pendor reaccionário da direita, sendo que os ricos no nosso país, efectivamente, aumentaram o seu pecúnio durante os seus anos de governação. Isto, tenha-se sempre em linha de conta, em contexto de crise. Sendo assim, percebe-se perfeitamente que os ricos sejam mais abastados. Pagámos a crise aos bancos, vamos pagá-la agora ao Estado, e os senhores anafados e engravatados continuam sentados nas suas belas poltronas, fumando notas de 20€. Eles merecem, coitados.
quarta-feira, 3 de março de 2010
E o nosso dinheiro vai para...!
A corja do costume enfia nos bolsos o dinheiro que tanto nos custou a ganhar. Mais uma vez. Em ano de "crise" (entre aspas, pois a "crise" invocada é só para alguns e, sobretudo, só para alguns a bancarem), a Brisa acumulou lucros vergonhosos. E avistam-se, claro, os distintos prémios para os distintos senhores anafados da administração. É a justiça social, estúpido, alguns dirão. Pois sim. É a justiça social. A justiça social que o Estado Moderno (capitalista) nos impõe, do alto dos seus grandes mestres, os administradores das empresas. Essa gente acima de qualquer suspeita, pura de coração, de atitudes nobres e corajosas.
Mete-me nojo, particularmente, que a Brisa tenha cada vez mais precários (como todas as empresas de "excelência"), cada vez mais gente a ganhar menos, e com a vida no fio da navalha quase todos os dias. É isto que faz a riqueza de um país moderno. Será? Eu acho que não. E esses lucros deveriam ser distribuídos por quem verdadeiramente gera a riqueza: os trabalhadores. Eram esses que deviam colectar os prémios que, certamente, serão dados aos já bem pagos, à "boyzada" PS/PSD/PP que polula nestas empresas. Mas não. Serão os mesmos a colectar maquias astronómicas, enquanto que o desgraçado que trabalha num pequeno caixote vai continuar a ganhar miseravelmente, sem direito ao mínimo ruído,senão, rua...
Mas, também, é natural que a Brisa apresente estes resultados, fruto da ganância que nos aparece pela frente cada vez que vamos pagar uma portagem. Os valores exorbitantes que pagamos não são mais que o fruto do nosso silêncio, da nossa anuência a esta política empresarial.
Aguentai, pessoal: continuaremos a pagar esta (e outras) crise. Tudo para que estes engravatados anafados não a sintam. Somos mártires dos "bons".
Mete-me nojo, particularmente, que a Brisa tenha cada vez mais precários (como todas as empresas de "excelência"), cada vez mais gente a ganhar menos, e com a vida no fio da navalha quase todos os dias. É isto que faz a riqueza de um país moderno. Será? Eu acho que não. E esses lucros deveriam ser distribuídos por quem verdadeiramente gera a riqueza: os trabalhadores. Eram esses que deviam colectar os prémios que, certamente, serão dados aos já bem pagos, à "boyzada" PS/PSD/PP que polula nestas empresas. Mas não. Serão os mesmos a colectar maquias astronómicas, enquanto que o desgraçado que trabalha num pequeno caixote vai continuar a ganhar miseravelmente, sem direito ao mínimo ruído,senão, rua...
Mas, também, é natural que a Brisa apresente estes resultados, fruto da ganância que nos aparece pela frente cada vez que vamos pagar uma portagem. Os valores exorbitantes que pagamos não são mais que o fruto do nosso silêncio, da nossa anuência a esta política empresarial.
Aguentai, pessoal: continuaremos a pagar esta (e outras) crise. Tudo para que estes engravatados anafados não a sintam. Somos mártires dos "bons".
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