Confesso que esta questão sobre a eleição do novo Provedor de Justiça não me suscita um interesse assim tão grande. E não me suscita esse tal interesse tão somente porque acho que é um cargo que não tem tido grande relevância na vida política e social portuguesa, para não dizer nenhuma. Desengane-me e contra-argumente quem saiba. Não tenho grande impressão do cargo, confesso. Porém, quero afirmar que poderia ser um cargo da maior importância para o país, não fosse o seu relativo apagamento da vida pública, quer na discussão política, quer na nossa comunicação social. Mas, hellas, não o é.
O que salta à vista de todo este processo é a intransigência de ambos os partidos do centrão em aceitarem as propostas um do outro. Confesso que quer Jorge Miranda quer Laborinho Lúcio não seriam as minhas escolhas, mas não posso dizer que os nomes sejam descabidos. Todo este processo está é a ser muito mal conduzido, com os nomes a virem para a praça pública e andarem a ser joguetes, duas pessoas conceituadas e respeitáveis, do centrão bicéfalo (e acéfalo, ao mesmo tempo) que temos. Eu diria que o problema é deles (de ambos os "candidatos"), mas creio que a sua sujeição a esta novela só os fragilizará na condução do cargo, se algum dos dois ainda estiver disponível -e com vontade- para o mesmo...
Só não há discussões quando se trata de mandar ex-governantes e apaniguados de ambos os partidos para as direcções das empresas públicas; aí o acordo é tácito. Ora pões tu um, ora ponho eu outro. E assim enchem os bolsos dos seus boys. Esses sim, gente de respeitabilidade duvidosa... Como aquela besta daquela figura sinistra que é Armando Vara... Entre outros... Muitos...
Este processo tem que terminar quanto antes. Não pela graça que eu ache a esta degladiação pública (e patética) dos dirigentes dos dois partidos do centrão, porque até me rio com vontade, mas pela degradação pública da imagem de duas pessoas que merecem mais respeito.
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