quinta-feira, 26 de junho de 2008
Despotismo (pouco) esclarecido
Jaime Silva, na linha do que já sai naturalmente a todos os membros deste Governo, está com a arrogância a todo o vapor! Diz o rapaz que os membros da CAP (Confederação dos Agricultores de Portugal) e da CNA (Confederação Nacional da Agricultura) têm, imagine-se, ligações a partidos políticos e tendências políticas. Pasme-se! Nunca pensei... Mas pensava, e penso, isso sim, que após o 25 de Abril de 1974 todos e todas eram livres de pensar o que queriam e de se filiarem onde entendiam (o caso PNR fica para outras análises). Afinal, creio que estou enganado... Aliás, os Governos nacionais não têm lobbies para satisfazer e não servem de trampolim para outros vôos, nomeadamente nos privados... Não... Só os outros é que não podem ter tendências políticas... Nas últimas concertações sociais, é ver a UGT, essa entidade INDEPENDENTÍSSIMA (em cujos os corredores, segundo ouvi de fonte bastante credível, não se pode falar mal de Sócrates e do seu Governo, sob pena de estarem sujeitos a autos-de-fé...), a fazer acordos com o Governo PS... As pessoas podiam ter um pouco mais de recato e pensarem no que dizem duas, três, quatro vezes, as que fossem necessárias, antes de dizer coisas óbvias; é claro que estas organizações têm tendências. E o Governo Sócrates? E os lobbies que povoam os arredores deste? Claro que não! São independentes e incorrompíveis! É pena que a característica maior deste Governo seja o seu despotismo (des)iluminado; não fala com ninguém, não quer ouvir ninguém, só ele está certo do rumo do país, e todos os outros estão redondamente enganados. Talvez fosse bom lembrar a Sócrates e ao seu séquito os valores da Revolução Francesa e obrigá-lo a ler Rousseau, Diderot, Verney, Voltaire, entre outros. É que o despotismo esclarecido estava enterrado. E alguns querem desenterrá-lo quanto antes...
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